Crianças podem ter glaucoma?
Entenda mais sobre glaucoma congênito
Você já ouviu falar sobre glaucoma congênito? Muitos acreditam que o glaucoma é uma doença ocular que afeta apenas adultos e idosos, mas não é bem assim. Esta condição corresponde a cerca de 0,5% das doenças oculares da infância, sendo a terceira maior causa de cegueira infantil irreversível.
O glaucoma congênito afeta recém-nascidos e crianças e é caracterizado pela má formação no sistema de drenagem do fluido ocular, chamado humor aquoso, que ocasiona o aumento da pressão intraocular.
Quais são os sintomas do glaucoma congênito?
Lacrimejamento, contrações involuntárias das pálpebras e sensibilidade à luz são os sintomas mais comuns do glaucoma congênito e surgem decorrentes do edema corneano secundário ao aumento da pressão intraocular. Esses sintomas aparecem antes da opacificação da córnea, que é o sinal mais característico da doença. Já uma criança que desenvolve glaucoma juvenil, com idade acima de 3 anos, geralmente apresenta miopia progressiva ou estrabismo. Crianças mais velhas podem ser assintomáticas até perceberem alterações na capacidade visual.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de glaucoma em bebês e crianças é feito com exames oftalmológicos. O médico oftalmologista irá avaliar a pressão intraocular, o diâmetro corneano, a espessura da córnea, a presença de opacidades corneanas, o comprimento axial do olho, a refração e o fundo de olho. Crianças mais velhas também podem realizar os exames de campo visual e tomografia de coerência óptica (OCT). O diagnóstico precoce do glaucoma, assim como de outras doenças oftalmológicas, é fundamental para o sucesso do tratamento e preservação da visão.
Como é feito o tratamento?
Qualquer criança com suspeita de glaucoma deve ser encaminhada o quanto antes para avaliação oftalmológica. É necessário reduzir a pressão intraocular o mais rapidamente possível, portanto o procedimento cirúrgico é a primeira opção de tratamento. Já o tratamento clínico com medicamentos tópicos ou orais pode ser indicado nos casos de glaucoma juvenil ou secundário. Os colírios antiglaucomatosos podem ser necessários mesmo depois da cirurgia. O acompanhamento contínuo com o médico oftalmologista é fundamental.
“Crianças mais velhas também podem realizar os
exames de campo visual e tomografia de coerência óptica (OCT).”
Extraído de Visão Em Foco: CBO em Revista do Conselho Brasileiro de Oftalmologia