Novo remédio para obesidade tem perda de peso recorde e alívio articular
O novo medicamento da Eli Lilly para obesidade, a retatrutida, apresentou resultados inéditos ao promover uma das maiores perdas de peso já vistas em estudos clínicos e ainda reduzir a dor no joelho causada por osteoartrite.
As informações foram divulgadas pela própria empresa ontem, que é a mesma fabricante do Mounjaro, já disponível no Brasil
O que aconteceu
A retatrutida, chamado de agonista triplo por agir em três hormônios que regulam o apetite, levou pacientes com obesidade e osteoartrite no joelho a perderem até 28,7% do peso corporal em 68 semanas na dose mais alta. O resultado supera o de outros medicamentos já disponíveis, como Zepbound (da própria Eli Lilly) e Wegovy (da Novo Nordisk).
Além da perda de peso, o remédio reduziu em até 62,6% a dor no joelho, segundo a escala WOMAC, referência para medir sintomas de osteoartrite. Mais de um em cada oito pacientes ficaram totalmente livres da dor ao final do estudo de fase 3, chamado TRIUMPH-4
Principais efeitos colaterais relatados foram náusea (43%), diarreia (33%) e vômito (21%) na dose mais alta. Cerca de 18% dos pacientes interromperam o tratamento devido aos efeitos adversos, percentual maior entre quem tinha IMC mais baixo.
Para a Eli Lilly, a retatrutida pode se tornar uma opção importante para pessoas com obesidade acentuada e complicações como osteoartrite. "Pessoas com obesidade e osteoartrite no joelho frequentemente convivem com dor e mobilidade reduzida, podendo até precisar de prótese total de joelho. Os resultados do TRIUMPH-4 destacam o efeito potente da retatrutida no peso, dor e função física", afirmou Kenneth Custer, presidente da divisão de saúde cardiometabólica da empresa.
O mercado de remédios para obesidade e diabetes deve movimentar cerca de US$ 100 bilhões até a próxima década. O provável sucesso da retatrutida amplia a disputa da Eli Lilly com a Novo Nordisk, que também desenvolve um agonista triplo, mas com estudos ainda em fases mais iniciais.
O TRIUMPH-4 é o primeiro estudo de fase 3 a mostrar resultados da retatrutida. Outros sete estudos clínicos avançados com o medicamento devem ter resultados até o fim de 2026
De VivaBem, em São Paulo